Segundo cronograma divulgado nesta segunda (7), profissionais de saúde, quilombolas e indígenas serão os primeiros a receber a dose. Vacina desenvolvida por laboratório chinês em parceria com o Butantan está na terceira fase de teste, em que a eficácia precisa ser comprovada antes de ser liberada.

O governo de São Paulo disse nesta segunda-feira (7) que o plano de vacinação com a CoronaVac começa no dia 25 de janeiro de 2021. O primeiro grupo a receber a vacina contra o coronavírus engloba profissionais de saúde, indígenas e quilombolas de todo o estado.

Produzida pelo laboratório chinês Sinovac em parceria com o Instituto Butantan, a vacina ainda está na terceira fase de teste, em que a eficácia precisa ser comprovada antes de ser liberada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). A previsão do governo de São Paulo é a de que os documentos sobre a Coronavac sejam entregues à Anvisa nos próximos dias, ainda em dezembro.

Segundo o anúncio, a primeira fase da vacinação será voltada ao grupo prioritário, que também inclui idosos com 60 anos ou mais, e dividida em cinco etapas. (Veja o calendário completo abaixo)


De acordo com o governo, 9 milhões de pessoas serão vacinadas nessa primeira fase.

"O público-alvo da primeira fase da vacinação são as pessoas com 60 anos ou mais, que correspondem a 7,5 milhões de pessoas, trabalhadores de saúde, que são os nossos grandes agentes na linha de frente salvando vidas, quilombolas, indígenas, que são 1,5 milhão de pessoas e a prioridade são os trabalhadores de saúde, num total de 9 milhões de pessoas", disse Regiane de Paula, coordenadora do controle de doenças da Secretaria Estadual da Saúde.


Datas previstas da vacinação em SP, caso CoronaVac seja aprovada pela Anvisa:

Cronograma estadual de vacinação contra a Covid-19, segundo governo de SP


Público-alvoPrimeira doseSegunda dose
Trabalhadores da saúde, indígenas e quilombolas25 de janeiro15 de fevereiro
75 anos ou mais08 de fevereiro1° de março
70 a 74 anos15 de fevereiro08 de março
65 a 69 anos22 de fevereiro15 de março
60 a 64 anos1° de março22 de março



Durante a coletiva, o secretário estadual da Saúde, Jean Gorinchteyn, disse que o estado tem a quantidade necessária de insumos para garantir que o programa ocorra no prazo previsto.

"Nós iniciaremos a campanha vacinal agora no 25 de janeiro e temos, sim, esses insumos, agulhas e seringas para vacinar esse público. Dessa maneira, não será necessário fazer aquisições, aguardo de licitações, porque nós já disponibilizamos em nosso estoque desses materiais", afirmou o secretário.

De acordo com o governo, o estado já possui 5,2 mil postos de vacinação nos 645 municípios paulistas.

O objetivo é ampliar o total para até 10 mil pontos de vacinação, com a possível utilização de escolas, quartéis da PM, estações de trem e terminais de ônibus, farmácias e sistemas drive-trhu. O custo estimado da logística do programa é de R$ 100 milhões.


Logística e recursos humanos da primeira fase

18 milhões de doses da vacina

25 postos estratégicos de armazenamento e distribuição regional

54 mil profissionais de saúde

27 milhões de seringas e agulhas

5,2 mil câmaras de refrigeração

30 caminhões refrigerados de distribuição diária

2,1 mil viagens em todo o período de vacinação

25 mil policiais para escolta das vacinas e segurança dos locais de vacinação


Outros estados

O governo também anunciou que 4 milhões de doses serão vendidas para outras regiões do país. Segundo o governador João Doria (PSDB), oito estados já manifestaram interesse.

"Nós temos já oito estados que solicitaram a vacina CoronaVac ao Instituto Butantan. Alguns governadores vieram até aqui, inclusive, tratar deste assunto conosco", disse Doria.

Entretanto, o governador citou nominalmente apenas o prefeito eleito da cidade do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (DEM), e da cidade de Curitiba, Rafael Greca (DEM).

"E para citar dois prefeitos entre muitos, mas apenas homenageando o prefeito de Curitiba, que solicitou e já anunciou, inclusive nas suas redes, que fará a aquisição da vacina para imunização dos curitibanos; e o novo prefeito eleito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, me telefonou hoje pela manhã, dizendo que o Rio de Janeiro não vai ficar aguardando o programa de vacinação para o mês de março, desejará vacinar o mais breve possível iniciando pelos profissionais de saúde."

O governador disse esperar que a CoronaVac seja incluída no Programa Nacional de Imunização, mas garantiu que o cronograma estadual será mantido independentemente das datas estipuladas pelo governo federal.

“No dia 25 de janeiro, se pudermos ter o governo federal do nosso lado será bem-vindo, não há nenhuma hostilização, nenhum fator que nos impeça de incorporarmos ao programa estadual de imunização ao programa nacional de imunização. Mas se não o fizer, em São Paulo, no dia 25 de janeiro, começamos a salvar vidas no nosso estado com a CoronaVac.”

O secretário da Saúde defendeu ainda que a vacina será destinada aos brasileiros, mas não explicou de que forma o governo paulista pretende fazer para ampliar o acesso de toda a população.

“Todos serão vacinados, garantindo proteção equânime a todos. Esta vacina é do Butantan, mas é do Brasil. Nós não fecharemos a fronteira para os brasileiros de São Paulo apenas. Estamos abertos para brasileiros do Brasil”, afirmou Gorinchteyn.



Via G1

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